मीनास- BAIXA REMUNERAÇÃO AMEAÇA PROFISSÃO DE PROFESSOR
0 comentáriosA professora Arlete Maria destaca a dificuldade de se ter uma escola inclusiva |
Falta de estrutura nas escolas e baixos salários afastam jovens das licenciaturas, acendendo a luz vermelha na educação
Clarissa Carvalhaes - Repórter -
A baixa remuneração está colocando em risco a profissão de professor. Com a desvalorização no mercado, a carreira toma o rumo da extinção. Pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas apontou que apenas 2% dos quase 2 mil estudantes do 3º ano do Ensino Médio entrevistados têm como primeira opção no vestibular graduações diretamente relacionadas à atuação em sala de aula.
A pesquisa foi realizada em 18 escolas públicas e particulares de oito cidades do Brasil. Outros 9% mencionam a intenção de cursar disciplinas da Educação Básica, como Letras, História e Matemática – o que não garante, entretanto, que eles venham a se interessar pela carreira.
No ano passado, o Censo da Educação Superior descobriu que cursos ligados à formação de professores têm relação candidato/vaga alarmante: enquanto Medicina aponta uma média de 21,8 candidatos competindo por um vaga, os cursos de formação de professores não ultrapassam 1,4.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) assistiu de perto, nos últimos quatro anos, o desinteresse dos candidatos pela sala de aula. É como se os professores estivessem fugindo da escola. Para se ter uma ideia, em 2006, o curso de Letras caiu de 1.097 inscritos para 630; Ciências Biológicas, de 1.070 para 489; Geografia tinha 463 inscritos, quatro anos mais tarde recebeu apenas 210 inscrições. O curso de História caiu de 568 para 252 candidatos, e com Matemática não foi diferente: de 337 passou para 149 candidatos.
Os últimos números da Secretaria de Estado da Educação (SEE) mostram que Minas Gerais conta com quase 183 mil professores de educação básica atuando em 4 mil escolas estaduais. Anualmente, são gastos R$ 4,4 bilhões com educação. Mas, para quem escolheu ser professor, é preciso mais do que equações para se ter uma educação de qualidade e ver o retorno de profissionais para as salas de aula.
A coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, ressalta que a falta de salários atraentes e de planos de carreira que indiquem com clareza as perspectivas futuras, são elementos que interferem na escolha profissional dos jovens. “Ou mudamos esta realidade ou não atingiremos um nível mais elevado de desenvolvimento da sociedade”, avalia.
Nos últimos anos, as escolas têm recebido um tímido incentivo do Governo estadual, com livros didáticos de melhor qualidade, troca das carteiras e cadeiras nas salas de aula e até mesmo reformas recentes. O investimento, entretanto, não deixa de ser bem pequeno frente ao que a educação realmente merece e significa.
Professora estadual há 13 anos, a psicopedagoga Viviane Claudino afirma que a profissão vive um desafio, e enxerga um futuro nebuloso e nada promissor. “Já perdi as contas de quantas vezes assisti jovens professores chegando na escola, cheios de novas ideias, querendo mudar e melhorar a educação, mas as boas intenções sempre esbarram na burocracia e na falta de recursos”, lamenta.
Trabalhando com alfabetização de crianças há 15 anos, a professora Maria Cristiane Otoni sabe de cor as deficiências das escolas. “A cobrança não é proporcional ao que nos é ofertado.
O resultado é a bomba que explode nas mãos do professor. Temos que nos virar com os resultados exigidos, salas cheias, crianças que precisam de atenção, mas que, com todas as deficiências apresentadas, é impossível suprir”.
Origem: João Paulo por e-mail
A pesquisa foi realizada em 18 escolas públicas e particulares de oito cidades do Brasil. Outros 9% mencionam a intenção de cursar disciplinas da Educação Básica, como Letras, História e Matemática – o que não garante, entretanto, que eles venham a se interessar pela carreira.
No ano passado, o Censo da Educação Superior descobriu que cursos ligados à formação de professores têm relação candidato/vaga alarmante: enquanto Medicina aponta uma média de 21,8 candidatos competindo por um vaga, os cursos de formação de professores não ultrapassam 1,4.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) assistiu de perto, nos últimos quatro anos, o desinteresse dos candidatos pela sala de aula. É como se os professores estivessem fugindo da escola. Para se ter uma ideia, em 2006, o curso de Letras caiu de 1.097 inscritos para 630; Ciências Biológicas, de 1.070 para 489; Geografia tinha 463 inscritos, quatro anos mais tarde recebeu apenas 210 inscrições. O curso de História caiu de 568 para 252 candidatos, e com Matemática não foi diferente: de 337 passou para 149 candidatos.
Os últimos números da Secretaria de Estado da Educação (SEE) mostram que Minas Gerais conta com quase 183 mil professores de educação básica atuando em 4 mil escolas estaduais. Anualmente, são gastos R$ 4,4 bilhões com educação. Mas, para quem escolheu ser professor, é preciso mais do que equações para se ter uma educação de qualidade e ver o retorno de profissionais para as salas de aula.
A coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, ressalta que a falta de salários atraentes e de planos de carreira que indiquem com clareza as perspectivas futuras, são elementos que interferem na escolha profissional dos jovens. “Ou mudamos esta realidade ou não atingiremos um nível mais elevado de desenvolvimento da sociedade”, avalia.
Nos últimos anos, as escolas têm recebido um tímido incentivo do Governo estadual, com livros didáticos de melhor qualidade, troca das carteiras e cadeiras nas salas de aula e até mesmo reformas recentes. O investimento, entretanto, não deixa de ser bem pequeno frente ao que a educação realmente merece e significa.
Professora estadual há 13 anos, a psicopedagoga Viviane Claudino afirma que a profissão vive um desafio, e enxerga um futuro nebuloso e nada promissor. “Já perdi as contas de quantas vezes assisti jovens professores chegando na escola, cheios de novas ideias, querendo mudar e melhorar a educação, mas as boas intenções sempre esbarram na burocracia e na falta de recursos”, lamenta.
Trabalhando com alfabetização de crianças há 15 anos, a professora Maria Cristiane Otoni sabe de cor as deficiências das escolas. “A cobrança não é proporcional ao que nos é ofertado.
O resultado é a bomba que explode nas mãos do professor. Temos que nos virar com os resultados exigidos, salas cheias, crianças que precisam de atenção, mas que, com todas as deficiências apresentadas, é impossível suprir”.
Origem: João Paulo por e-mail
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